sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Se for pra falar de algo bom.

Vamos esclarecer os fatos agora. Faz... dois anos. Três mês que vem, não estou certa? Pode parecer exagero, besteira ou que eu sou meio criança ainda, por pensar nisso até hoje. Mas eu penso. Não, não pensei por esses três anos... mas ontem tava andando na rua e, passei por aquela esquina, escutei aquela música e vi um vídeo seu na internet. Eu tô me sentindo extremamente problemática agora. Você tem noção que já se passaram três anos? Eu não. Parece que foi ontem que a gente se viu pela primeira vez... Não vamos ser clichês. Eu não senti nada quando te vi pela primeira vez. Você sempre me tratou como amiga, tem voz de amigo, me chamava pra sair como amigo... mas sempre teve um cheirinho de namorado. De um jeito ou de outro, agora eu me arrependo muito de termos começado. Se a gente não começasse, nunca precisaria acabar. Sem falar na experiência, nos choros, nos abraços... eu preferiria nem ter te conhecido. Então olharia esse vídeo ontem e falaria: nossa, como esse garoto parece ser legal. Mas eu só consegui olhar o teu sorriso, o jeito como o teu cabelo cresceu nesses três anos... Eu não me sinto muito bem só de pensar que fui eu quem puxei esse assunto todo de "vamos terminar". Você se lembra? Agora eu tô sorrindo aqui(mas no dia doeu tanto). Eu mal olhei nos teus olhos enquanto a gente conversava(tinha medo de me perder neles), lembro que fiquei brincando com a alça da tua blusa, dobrando e desdobrando a linha preta. Lembro que a gente tava encostado na janela e lembro que eu chorava demais. Do resto, ninguém gosta muito de lembrar. Mas eu sei que achei você insensível demais.Lembro que ninguém sabia do fim e que falaram que parecíamos um só. Tive vontade de chorar na frente de todo mundo, mas eu só sorri pra você. Lembro que depois de ter terminado aquilo de "palavras duras, não mude a expressão" a gente se divertiu. Jogou um pouco, sorriu um pouco, mesmo de olhos marejados. Então, eu não sabia mais como despedir de você. Acho que não houve abraço mas sussurrei no teu ouvido algo como "Hoje foi bom, apesar de tudo. A gente ainda sabe como se divertir junto, basta querer". E não bastou você dizer nada, teu olhar falava que não era assim todos os dias e que nunca seria assim. Então eu fui embora. Sei que naquela esquina eu prometi derramar a ultima lágrima por você(nunca cumpri). A música... ah, você sabe que música eu estou falando. Ela era a nossa música. Era tanto... a gente. Confesso que não escolhi que ela tocasse ontem. O MP3 estava na função aleatória e, quando o solinho da guitarra soou pelos fones eu parei de andar, de sentir, de pensar. Esse vai ser só mais um clichê bobo que eu escrevo, como sempre escrevi desde o começo. Ou o fim, chame como quiser. Mas é que eu sinto saudade. Saudade de poder ouvir a mudança no tom da voz quando você ia conversar com meus pais, saudade de fazer caretas quando você começava a cantar músicas ruins, saudade de quando a gente pulava o murinho da escola antes da aula acabar, só pra ninguém ver a gente junto... Querendo ou não, isso faz parte de mim hoje. E quase tudo se resume a saudade, uma saudade que longe chega a ser gostosa. Porque mesmo depois de tanto choro e abraço misturado com o gosto amargo do fim, houve a promessa. A tão clichê promessa da amizade, que hoje, eu só queria que fosse verdade. Talvez 3 anos pensando em bobagenzinhas como essas seja um pouco demais,  é que é um pouco complicado esquecer o começo da minha vida.

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