quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Amor que não tem fim.

"Sobre o amor? Amor é não querer desligar-se nunca do abraço. É sentir saudade todos os dias, inventar assunto pra não ter que desligar o telefone. É xingar. Rir de chorar. É alertar, preocupar. É dividir cobertor, espaço na cadeira de balanço ou um pedaço do sofá pequeno. É esquentar a mão, fazer cafuné, dormir no colo um do outro. Amor é saber esperar, esperar esper… É não saber se explicar. Sentir medo, ser cúmplice, ter coragem. É sair de casa no meio da noite e se encontrar escondido. É sonhar a semana toda com o fim de semana e o mesmo cheiro, o mesmo abraço, o mesmo beijo. É dar gargalhadas, colocar de castigo, estralar os dedos um do outro, mesmo sabendo que isso vai doer. É provocar, morder a bochecha e lamber o nariz. É fazer cara de nojo, pirraça, chantagem. É agradar. Não ter medidas. É não cansar. Não cansar da voz, do desespero, da rotina. É ter alguém, um amigo, um fonte, uma força. É ter você. É ser a gente.
(…)
Hoje, quase um ano depois de escrever esse texto, contar nossa história, descrever o amor, volto a afirmar tudo que eu ousei dizer. Porque o amor é quando a história não para. O amor é ter coragem de ler tudo isso, ser tudo isso, e mais: poder viver tudo isso! O amor é puro, pega fogo, fica morno, pega fogo, fica morno, mas quem disse que esfria? O amor é sempre virgula, nunca um ponto. É calor rígido, água fria no deserto. É ter medo de perder, ter certeza do futuro e nunca, nunca ter certeza de nada. É a vontade de fazer mais e mais história. É o sorriso quando encontra, é o desencontro. O amor é não suportar nada, não suportar mais nada e ainda assim, querer suportar, saber suportar, crer que o sentimento é mais forte que qualquer coisa. Depois de tanto tempo, ainda é não cansar, não cansar de absolutamente nada. O amor é saber encontrar a força onde você sabe que ela não está. É ter força. Ir além. O amor é jogar na cara, é passar raiva, é chorar. É dormir com o telefone na mão e acordar com o coração na mão. É um pisca-pisca de luzes coloridas naquela escuridão sem fim. O amor é não querer mais nada além de um dia todo abraçado, um dia todo grudado, cansado… O amor é não ter definição, não ter palavra. É reclamar da falta de carinho e do excesso dele. É nunca estar contente e, ainda assim, nunca ter estado tão satisfeito. O amor é reclamar da felicidade contínua. É não ter noção de nada e ainda assim, não querer deixar de amar. O amor é sempre amar, sempre querer, sempre estar… Junto, perto, zelando. O amor é isso, uma história sem fim…"
Vitória Magalhães

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