quarta-feira, 20 de junho de 2012


"Tudo passa. Chuva passa. Tempestade passa. Até furacão passa.
Difícil é saber o que sobra."


- Millôr Fernandes.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Sobres amores mal acabados.

 - Li uma coisa esses dias... -não tinha como não ler. Era quase como se você o tivesse pichado no muro do meu quintal e quisesse que isso passasse despercebido. - Acho que era tua.
 - Ah, não ando escrevendo. Parei com essas bobagens sabe? Era coisa de época. Mas vamos, diga-me... o que foi que leu?
 - Li algo sobre amores mal acabados. Era uma estória, penso eu. O clichê do casal que se perdeu no tempo e se perdeu de si. Era naturais e faziam planos, jovens, amigos de não tão longa data. Sei que se perderam no meio de seus próprios planos e... não se sabe ao certo o que houve com cada um deles. O certo é que o "eles" havia acabado. Eu gosto de pensar que ela sentia falta dele, mas não demonstrava pra ninguém. Tem um quê de parecer forte. Ele sente muito mais a falta dela e, hesita em discar o número dela no celular todas as noites (no mesmo horário). A questão em si é que eles ainda se amam, mas sumiram um do outro e continuam a vida como se aquele fosse só mais um amor de época.
Ela riu, por não saber o que responder.
 - Já sei, já sei. O que me pensar que era um texto seu né!? As palavras e a história bobinha, mas que sempre me faz pensar no final que você nunca põe. Ah, você também nunca dá nome aos personagens... Isso tornaria a história muito fechada. "Tem que deixar o leitor aflorar a mente." Era algo mais ou menos assim. - Disse a ultima frase pondo aspas no ar, imitando a voz fina da garota e rindo de se lembrar de tanta coisa.
 - Deve ser um texto antigo. Nem sei onde você acha essas babaquices.
A verdade é que ambos sabiam onde achar e sabiam muito mais da data dele. Bem recente, pra ficar claro. Ele pensou várias vezes em dizer que sempre visitava o cantinho, que ficava na barra de favoritos, que reparava quando ela mudava a cor da barra de ferramentas de preto para preto fosco, que gostava mais do banner antes, que ela escreve bem... Mas não disse nada disso. Talvez estivesse claro em teus olhos. Ela pensou várias vezes em desmentir sobre não escrever, perguntar se ele tem ido bastante lá, perguntar se o novo layout tava bom, perguntar se ele entende as entrelinhas... Mas não perguntou nada. E ficaram em silêncio, por poucos segundos. Mas estes que podem ser chamados de séculos, devido à demora em passar.
 - Ah, tô com um pouco de pressa. Sabe né, estudos... Preciso ir. - Foi a forma mais clichê de quebrar o gelo e fugir daquele silêncio (e dele) assustador.
Um abraço, meio constrangedor e sussurro na orelha:
 - Direta ou indiretamente tudo que se escreve é pra alguém, pequena.
Não, ela não chorou. Talvez tenha sorrido... é! Ela só sorriu e o abraçou de volta, tornando o abraço um pouco menos desajeitado. Sorriu e pensou que talvez devesse pintar mais muros nos quintais.

domingo, 10 de junho de 2012

29/05/12

Eu vi o céu passar do rosa claro pro roxo em degradê até ficar azul bem escuro. Isso enquanto conversava com você pelo telefone sobre nada. Sobre saudade, talvez. A saudade que ainda vamos ter. Sei que em alguma parte da conversa você disse como gosta do seu café. Não, não foi desse jeito. Você só disse que iria colocar mais café e, então fez-se um silêncio com o tempo de você encher a xícara e dar um gole dizendo depois: "Forte e amargo." Só isso, duas palavras vagas, que eu me lembro bem de ter pensado que resumiriam nossa conversa. Forte e amarga. Talvez tenha rido na hora. Mas ditas assim agora, parecem duras. Não gosto quando a gente conversa sobre se ver menos, assim como também não gosto quando você fala "tá" com um tom de voz dizendo "fica quieta que é melhor". Mas nem por isso você vai parar de falar tá e, muito menos nós vamos parar de conversar sobre nos vermos com menos frequência. Até esses assuntos são melhores que o silêncio. O de hoje pelo menos. Era um silêncio duro, que escondia palavras. Deu pra notar que é muito melhor ficar em silêncio com você aqui perto. E percebi que só mais ter menos desse você por aqui e não adianta reclamar. Sei que 70% disso é culpa minha(deixe me culpar em paz). A verdade é que muita coisa que eu disse pode ser descartada. Não leve a sério o fato de eu ter dito que você pergunta muito "que" ou falar que tenho mais razão em dizer "deixa pra lá's" que você. Não leve a sério nem o fato de eu ter aceitado entrar nessa de sentir sua falta pra caramba, que é o que você chamou de nos vermos só final de semana. Não leva sério eu falar que você fica mais chato quando tá doente, não leva a sério nada vai, por favor. Eu não vou nem chorar por isso, em primeiro lugar. Você deve achar que sou uma chorona sentimentalista e carente que escreve melancólicos e chatos de tanto que já segurei o choro na sua frente ou já mencionei esse fato. (Teve aquela vez que a gente brigou no dia que eu sai da sua casa, só pra você não falar que é mentira. Era pra eu ter chorado mundos e fundos, até que quando eu te abracei eu quase foi. Mas eu subi o caminho inteiro pensando: "põe um sorriso na cara que ninguém nota." Que seria gastar demais chorar tudo ali. Mas você mesmo viu que algumas lágrimas fugiram dos meus olhos, mais de uma vez.) A questão agora é que não sou tão extremista assim. Eu tô sentada no mesmo degrau da escada até agora, escrevendo isso como mensagem no celular antigo e já devem ter dado dois textos. Acho que hoje eu queria ter te falado muita coisa. Percebo isso quando escrevo, quando vem aquela vontade louca de colocar tudo isso em algum lugar, pra não enlouquecer. Não sei o que quero dizer. Mais uma vez, são só palavras confusas. Acho que não quero dizer nada, na verdade. É que agora, quando eu sentir sua falta, não tem blusa com teu perfume pra apertar e fingir que dá pro gasto. Mas você está em todas as partes da minha casa. No sofázinho da sala, nos bichinhos de pelúcia do quarto, no mural de fotos...(mesmo que sem presença). E eu já não sei o quão isso é bom. O céu já está todinho preto agora. E tá ventando(e você tá sem blusa, eu falei pra você levar blusa). Acho que vou entrar agora, tá? Me liga mais tarde, se quiser. Boa noite e até aman... ops! Até final de semana né? Eu te amo meu... É só isso. Meu!

quarta-feira, 6 de junho de 2012

E é justamente no momento em que tudo começa a dar certo que é preciso prestar mais atenção.
 -P.C.